jueves, 18 de enero de 2024

La etnogénesis

Según Quispe (2018, 69-71)

Agora bem, considerando que "é na cidade que a cultura moderna tem maior penetração" (BORAN, 1994, p. 95) No caso analisado, a percepção é importante para romper a falsa dicotomia entre: globalizar-se ou defender sua identidade. (GODOY, 2009, p. 99).

À etnogênese envolve as novas configurações sociais, de base étnica, que incluem diversos grupos participantes de uma mesma tradição cultural. (BARTOLOMÉ, 2006, p. 40) refere-se ao dinamismo inerente aos agrupamentos étnicos, cujas lógicas sociais revelam uma plasticidade e uma capacidade adaptativa que nem sempre foram reconhecidas pela análise antropológica (BARTOLOME, 2006, p. 40).

Na verdade, a etnogênese foi e é um processo histórico constante, que reflete a dinâmica cultural e política das sociedades anteriores ou exteriores ao desenvolvimento dos Estados nacionais da atualidade. É o processo básico de configuração e estruturação da diversidade cultural humana. Suas raízes fundem-se nos milênios e projetam-se até o presente (BARTOLOMÉ, 2006, p. 40).

Mas nem sempre as raízes permaneceram. Cabe lembrar que por se integrar a identidade da cidade, muitos acabam renunciando a sua identidade de origem. A identidade é a percepção individual e coletiva da pessoa e do outro, são as caraterísticas do indivíduo e do coletivo.

Quem migra nunca mais será a mesma pessoa, e agora, ressurgira no novo cenário com reivindicações econômicas, sociais e territoriais definidas, por suposto, baseadas em sua condição étnica (ARVELO-JIMENEZ, 2001), e no casso deste estudo, ser estrangeiro. Embora, os rasgos culturais e os rasgos de estilo de vida dialogam com os códigos genéticos; os sonhos, as perspectivas, as referências, as trajetórias transformam a construção da identidade dos bolivianos em São Paulo. Segundo Marucci (2018, p. 35) “Cabe realçar que as representações sociais não influenciam apenas as respostas da sociedade em relação ao mundo da mobilidade humana: elas condicionam a própria auto compreensão dos migrantes”.

Nesse sentido, segundo o mesmo autor as tipificações mais comuns referentes a migrantes e refugiados no contexto contemporâneo são: “Invasor”, “Criminoso”, “Estranho”, “Mal menor e Mercadoria”, “Necessitado e Vulnerável”, “Injustiçado”, “Recurso”, “Protagonista” e “Alteridade Utópica”. Ele diz que, por vezes, será necessário derrubar a sacralização das representações oficiais, o “Padrão” das leituras dominantes – a maioria necrófilas e xenófobas – do fenômeno migratório.

Particularmente, na região deste estudo, a identidade estará constituída pela cultura andina boliviana, a urbanidade Paulista e a cultura Nordestina que mora na periferia. Junto com os que estão ao seu redor, não só receberam elementos da região Metropolitana, senão também influíram o local onde estão inseridos:

Nos dois casos (no centro e na periferia) então, a espacialidade da imigração boliviana introduz novos arranjos nas relações do indivíduo e do grupo com os lugares, e novas modalidades de inserção no espaço urbano metropolitano; relações espaciais que certamente, em retorno, influenciam nas modalidades de produção do espaço, local e regional. (SYLVAIN, 2008, p.15).

Se identidade deriva etimologicamente de idêntico; nos imigrantes pode-se notar que sim, muitas coisas permanecem iguais. Tanto o folclore, a música, a religião, o biótipo, a fisionomia, a cultura, e a ideologia, dieta, idiossincrasia, genética mantem sua essência e rasgos próprios. Fala-se então, da construção de uma nova identidade:

Etnogênese é o desenvolvimento, ao longo da história, das coletividades humanas que nomeamos grupos étnicos, na medida em que se percebem e são percebidas como formações distintas de outros agrupamentos por possuírem um patrimônio linguístico, social ou cultural que consideram ou é considerado exclusivo. (BARTOLOMÉ, 2006, p. 39).

E acrescenta: A etnogênese apresenta-se como processo de construção de uma identificação compartilhada, com base em uma tradição cultural preexistente ou construída que possa sustentar a ação coletiva (BARTOLOMÉ, 2006, p. 43). A identidade Pessoal (caraterísticas próprias, aquilo que nos diferença dos outros) o corpo, a autoestima, a história, a nacionalidade, a profissão, idade, idioma devem se tornar um porto seguro.

Segundo Moritz fala-se hoje da mestiçagem ou a miscigenação (MORITZ, 1994) da América Latina. Esta corrente aponta que, os mestiços são herdeiros de duas grandes culturas: A cultura indígena e a cultura ocidental, que precisam construir o futuro juntos. Embora para Bartolomé (2006, p. 45) seja um mito. Ele pensa que “um dos Estados que mais nutriram tal fantasia em seu imaginário social foi o México, cujos intelectuais e políticos elevaram a miscigenação em nível de raça cósmica”. Embora o conceito de raça cósmica não se aplique as culturas indígenas, senão à mestiçagem produzida na América Latina nos últimos séculos.

Tendo a cultura como um aspecto muito importante do imigrante é que a comunidade de fé entra no cenário. Marinucci (2018, p. 109), ecoando as palavras do João Paulo II diz: “A igreja é um espaço público onde o migrante se torna visível. É o lugar e a possibilidade de identificação e de reconhecimento da cultura do migrante”

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