Según Quispe (2018, 67-69)
"América está llena de Dios (ZENTENO, 2009 p. 85), es por eso que la espiritualidad es parte natural de los pueblos de esta región. En la cosmovisión andina donde todo vive (ZENTENO, 2009, p. 88), es la tierra, es un espacio vivo (ALBO, 1991), Los Andes es esa esfinge que, si fuera vista, mira también al interior de aquel que la vio. (DIEZ DE MEDINA, 1979 p. 19). El propósito del andino es redescubrir la sabiduría ancestral, para programar el principio de la solidaridad en la comunidad a través de la integración, la cooperación, la reciprocidad, la hermandad y la unión (ZENTENO, 2009 p. 85).
En esta relación del hombre com su propio mundo, se forja una integralidad total y absoluta con plantas, bosques, animales, territorios, minerales, ríos, lagos, montañas, espacios celestiales y entornos estelares, que origina una integridad comunitaria holística interactiva y única (ZENTENO, 2009, p. 85).
La cultura andina es por naturaleza comunitaria:
El ayllu (Cosecha Comunitaria) es la reunión de mucha gente con sentimiento de hermandad; el ayllu incluso e una unión con la Pachamama, con las plantas y los animales, y para eso no se necesita ni política ni religión, solo un corazón grande. Nuestros abuelos tenían un gran corazón y andaban con paso seguro porque hablaban con la Pachamama, con las estrellas, con las flores: y por eso no se equivocaban. (FLORES, 2005, p. 17).
La reforma agraria boliviana, en el año 1952, demuestra que todavía no se entendía el sistema comunitario de la cultura andina porque se quiso imponer una ideología marxista, aunque parecida, ajena a esta realidad. Con el lema fue “la tierra es de quien la trabaja” hubo, entonces, un intento de imponer las teorías de Marx desconociendo el indianismo que ocurría como si fuese invisible.
Aunque algunas etnias no quedaron fácilmente traducibles al 'nosotros' nacional, hicieron de la imagen de una síntesis conquistada por el imaginario político nacional. Así, la reforma agraria de 1952 decretó que los Aymaras y Quechuas pasarían a ser llamados 'sindicalistas campesinos', intentando hacer compatible la lógica de un proletariado rural con la de los Ayllus andinos. (BARTOLOMÉ, 2006, p. 45).
Así, había profundas diferencias tanto culturales como religiosas, pues la cultura andina procura mantener la armonía en todas las partes. Se vincula también el respeto y la veneración de los muertos o ancestrales:
Nuestros ancestros comprenden que hay dos fuerzas, la cósmica que proviene del universo, del cielo (pachakama o pachatata); y la fuerza telúrica, de la tierra (pachamama). Las dos energías generan toda forma de existencia, estas dos fuerzas convergentes están expresadas en todo proceso de vida. Y las diferentes formas de existencia se relacionan a través del Ayni (la complementariedad y la reciprocidad). (HUANACUNI, 2005, p. 03).
La complementariedad es uno de los valores de esta cultura:
En el mundo andino, todos los elementos son opuestos, mas complementarios, esta concepção y los conocimientos sobre el principio vital, que es la dualidad, son parte de la vida cotidiana. Es por eso que en Los Andes, no se habla de derechos, sino de responsabilidades, especialmente para el Mallku (Jefe), o Jilakata (Jefe comunitario) y el Apu Mallku, por el que, para ser partícipe de una comunidad, la persona debe tener una esposa o compañera e ingresar en la misma, previa presentación para algún familiar, en calidad de garantía. Otro aspecto que revela la madurez política alcanzada en el mundo andino, es que ningún Jilakata es reelegido en la comunidad, solo puede ejercer el cargo por el período de un año, aunque su gestión hubiese sido exitosa, eficiente y efectiva, así todos los miembros de una comunidad que no hayan sido elegidos anteriormente, tienen la posibilidad y la responsabilidad de ejercer el mismo. (ZENTENO, 2009, p. 87).
La familiaridad también es una característica de este modelo cultural:
Es por esta razón, que aos varões maiores chamasse-lhes tios e as mulheres maiores chamasse-lhes tias, este sentir familiar, tão peculiar inicia um processo afetivo e fraternal, onde todos os cônjuges são pães e todas as crianças convertem-se em filhos da grande família comunitária. Esta reciprocidade e complementariedade solidaria, junto ao serviço à comunidade, se une através do exercício dos diferentes cargos comunitários de duração anual, responsabilidades que se tornam numa ascensão constante e levam a todo integrante da comunidade, maior e casado a ocupar o cargo de Jilakata(Líder). Esta autoridade ou potestade dignitária, corresponde de maneira conjunta ao varão e seu cônjuge (ZENTENO, 2009, p.88).
Também, as imillas (moças) e os lloqhallas (moços) não tem o poder de decisão porque são muito jovens. (ZENTENO, 2009, p. 87).
O homem andino nasce de uma família que forma parte da comunidade, abrindo-se de maneira transparente, amplia e aberta a todos os membros da mesma. (ZENTENO, 2009, p. 87). Desde alguns anos atrás, vivesse uma melhora econômica e se têm um tipo de cultura urbana popular com uma revalorização do transfundo cultural andino que alguns chamam: “um giro descolonial” (PATZI, 2007).
A cultura andina boliviana na região rural é caracterizada como comunitária; considerando cultura aqui como "a maneira de viver de um povo." (BORAN, 1994, p.79) e:
Tendo entendido como a visão do mundo, de organização social, poder político, sexualidade, família, religião, como se relacionar com os outros, os valores importantes na convivência social; é a experiência acumulada que passa de uma geração para outra. (BORAN, 1994, p. 78).
Segundo Silva (2011, p. 59) “qualquer que seja a definição adotada, é possível entender a Antropologia como uma forma de conhecimento sobre a diversidade cultural, isto é, a busca de respostas para entendermos o que somos, com base no espelho fornecido pelo “outro.” Silva (2011, p. 66) ainda acrescenta que
Uma das principais características humanas que nos distingue de outros seres, como os vegetais e os animais, é a cultura, pois somente o homem tem a capacidade de desenvolvê-la. A sua transmissão, feita de geração a geração, tem processos de mudanças muito lentos. Com as transformações e as evoluções pelas quais passa o mundo, a cultura não permanece intacta na história da humanidade em que existem forças para mudar e outras para permanecer.
A cultura é semelhante a um grande tecido de ideias e movimentos; é sempre dinâmica e procura dar uma identidade para aqueles que fazem parte dela:
Todas as culturas humanas resultam de processos de hibridação, já que a própria noção de cultura deve ser considerada um sistema dinâmico, cuja existência se deve tanto à criação interna quanto à relação externa (BARTOLOMÉ, 2006, p. 41).
No campo da antropologia, deparamos ainda com o conceito de cultura que, em Geertz (1989), é tida como as teias de significados e disposições simbólicas, ou ainda mecanismos de controle. Sem embargo, é por conta das diferenças culturais que os seres humanos se comportam de diferentes maneiras, levando-nos a perceber que a cultura, atualmente, é pensada como um processo vivo. (SILVA, 2011, p. 61).
Sendo a cultura um ente vivo- ele também pode transformar-se e adaptar-se aos novos contextos que se apresentam:
Trata-se, pois, da construção cultural das distintas experiências sociais e dos diversos sistemas simbólicos que as animam – o que se vincula tanto com a antropologia da evolução quanto com a ecologia cultural ou as antropologias econômicas e políticas (BARTOLOMÉ, 2006, p. 41).
Ou seja, pode dar-se um renascimento ou uma ressurreição da cultura onde os novos elementos “geraram uma etnogênese, que produz um novo sujeito coletivo previamente inexistente como tal, embora potencialmente contido em uma configuração cultural” (BARTOLOMÉ, 2006, p. 43). Tratasse da mesma raiz cultural, mas reconstituída em termos étnicos exclusivos e nas quais o fenótipo opera como um dos referentes identitários básicos, (BARTOLOMÉ, 2006).
Segundo Bartolomé (2006, p. 60) com o atual governo da Bolívia tem acontecido uma nova projeção e visibilizarão da cultura autóctone do planalto boliviano.
Todas as culturas humanas resultam de processos de hibridação, já que a própria noção de cultura deve ser considerada um sistema dinâmico, cuja existência se deve tanto à criação interna quanto à relação externa (BARTOLOMÉ, 2006, p. 41).
Um caso verdadeiramente exponencial de etnogênese orientada para um novo tipo de participação política é o dos Aymara da Bolívia, grupo etnolingüístico cuja constituição como coletividade abarcadora, como grupo étnico identitário, chegou a níveis elevados por meio da confrontação com um Estado que não os representa (García, 2005).
Assim se desenvolvem novas lideranças e estratégias políticas, talvez ausentes na experiência prévia do grupo – motivo pelo qual os Aymara são às vezes acusados de serem espúrios – mas agora relevantes para agirem em relação com os sistemas representativos próprios das chamadas democracias estatais. Cabe, nesse sentido, destacar que o caráter algo esquemático das normatividades estatais e internacionais sobre as definições do “étnico” faz com que, muitas vezes, a expressão nativa, ante essas instâncias, adquira um caráter fundamentalista ou “essencialista”, em uma tentativa de se legitimar em face das instituições que podem apoiar suas causas (BARTOLOMÉ, 2006 p. 60).
Também, é de ressaltar que, a coesão da cultura andina comunitária, tem demostrado uma alça econômica nestes últimos anos
Existe o risco de ver mera teatralidade em contextos nos quais se está tentando um diálogo que sublinhe a diferença entre os participantes, sem negar a comunicação possível. São muitas faces que repõem o mesmo tema e que revelam, em seu conjunto, que o argumento racial é ainda operante como representação nacional. (MORITZ, 1994. P. 149).
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