martes, 8 de julio de 2025

La naturaleza de la Iglesia

De acordo com Louis Berkhof (Berkhof, L. Systematic theology. (2nd. ed.). Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2009, 510), a igreja já existia na Bíblia Hebraica. O autor apresenta duas palavras hebraicas para designar a Igreja, qahal, que significa “chamar” e edhah que significa “indicar” ou “encontrar-se ou reunir-se num lugar indicado”, sendo esta segunda aplicada para determinar a sociedade israelita ou sua liderança, reunida ou não, mais comumente nos livros de Êxodo, Levíticos, Números e Josué. Já qahal denota a reunião, de fato, do povo, ocorrendo 35 vezes na Bíblia Hebraica e sendo traduzida por “ajuntamento, congregação, convocação”. É regularmente traduzida na Septuaginta pela palavra ekklêsia que tem os mesmos significados de “assembleia, congregação”. A palavra ekklêsia é da mesma raiz que o verbo kaleô (“chamar”). Em inglês, ekklêsia é traduzida por “assembly, congregation, church”. 

A palavra ‘edah, “testemunho, depoimento, congregação”, ocorre 172 vezes na Bíblia Hebraica e é traduzida no inglês por testimony, witness, congregation. Esta palavra está presente 33 vezes nos livros de Êxodo, Levítico, Números e Josué na expressão ‘adat [‘edah] bnei isra’el traduzida como “congregação dos filhos de Israel.” Paralelamente a palavra mo’ed (“local designado,” “local de encontro”) ocorre 161 vezes na Bíblia Hebraica, sendo 108 vezes na expressão ‘ohel mo’ed traduzida para o português como “tenda da congregação”. (A expressão “tenda da congregação” ocorre 146 vezes na versão Almeida Revista e Atualizada porque traduz outras expressões além de ‘ohel mo’ed). 

Uma tradução mais literal de ‘ohel mo’ed seria “tenda do encontro” e uma tradução mais livre seria “tenda do encontro marcado,” provavelmente aludindo às reuniões “agendadas” entre Deus e os israelitas através de Moisés. Talvez o uso de mo’ed, uma palavra cuja referência também é temporal, para indicar o local para encontros entre Deus e o povo tenha também sido influenciado pelo forte apelo temporal do descanso do sábado, cuja ocorrência semanal fixa se encaixa perfeitamente no conceito de um “encontro com tempo marcado” Todavia, os tradutores da Septuaginta, ao traduzirem a expressão ‘ohel mo’ed, escolheram a tradução que seria mais natural, isto é, skenê tou martyriou “tenda do testemunho ou da congregação”. (2 A expressão skenê tou martyriou ocorre 160 vezes na Septuaginta e duas vezes no texto grego do Novo Testamento (em At 7:44 e Ap 15:5)

Hipoteticamente, os tradutores poderiam ter traduzido a expressão por skenê tou kairou, já que, em Salmos 75:3 e 102:14, a palavra mo’ed foi traduzida por kairós (“tempo,” “tempo determinado”). Certamente outra influência determinante para a tradução adotada pela LXX, além do fato de “congregação” ser um dos sentidos de mo’ed, é que as tábuas da Lei são chamadas de “Testemunho” ‘edût, (Êx . 12 25:16) e, por extensão, a arca que as abrigava é chamada de “arca do testemunho” (’aron ha‘edût, que ocorre cinco vezes no texto hebraico original). Não deixa de ser interessante, na expressão skenê tou martyriou, usada para traduzir ‘ohel mo’ed, a ocorrência da palavra martyrion, usada em textos importantes do Novo Testamento. Esta palavra é usada para descrever os critérios para a escolha do substituto de Judas Iscariotes (At 1:22); a ação dos discípulos ao testemunhar pública ou privadamente a ressurreição de Cristo (At 2:32; 3:15; 5:32; 10:39; 22:20; 26:16; 1Pd 5:1) e também o chamado à grande comissão (Lc 24:48). O uso de martyrion para traduzir ‘ohel mo’ed traz um vínculo direto entre o antigo tabernáculo dos israelitas e a grande comissão de Cristo. (Erlo Braun. Desenvolvimento e implementação de um programa estratégico de plantio de igrejas na Associação Paulista Leste-São Paulo. Andrews University. Professional Dissertations DMin. 2013, 10, 11.

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